Eu escrevo versos para os desgraçados,
Falando aos corações dos infelizes,
Pelas garras do tédio lacerados,
Sangrando como rubras cicatrizes.
Talvez no leito vil das meretrizes,
Na masmorra onde gemem condenados,
Possam cortar as sôfregas raízes
De cancerosos tédios ignorados.
Eu canto para alívio dos que choram,
Para os que, como eu , de joelho, imploram
Na treva a luz bendita de um carinho.
Canto para espancar as mágoas; canto
Para enxugar ao som do verso o pranto
Que vejo derramado em meu caminho!
(Túlio Guanabara)
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