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domingo, 29 de novembro de 2009

Escola promotora da reflexão ambiental

“Educação Ambiental deve ser fundamentada, em uma lógica de apropriação das discussões,

mais, sobretudo de apropriação da mudança de mentalidade e de comportamento”

A educação tem um papel crucial na vida dos sujeitos, é a partir dela e com ela, que poderemos construir uma sociedade crítica e autônoma. O espaço da escola deve nos privilegiar a ação reflexão, em especial da construção histórica dos sujeitos pautando seu papel na sociedade e resignificando valores e mudança de mentalidade para o rompimento dos antigos paradigmas.
É nessa conjuntura que a Educação Ambiental se configura, na perspectiva de desmistificar conceitos estereotipados na sociedade e de fomento de uma cultura de participação, democratização e de construção de novos modelos para uma sociedade sustentável a partir do Meio Ambiente, considerando o mesmo como todo o conjunto que envolve as diversas realidades, meios de vida, de relacionamento, subjetividade, do modelo de consumo etc.
É necessário colocar no centro do processo educativo a formação da cidadania que vem ao encontro das modernas concepções da educação, que redefinem a função social da escola na construção do exercício da cidadania. Visam a uma sociedade mais justa, solidária e fraterna, através da valorização da vida em todos os seus aspectos. (Marcos Referenciais). A educação precisa de significado, pois é responsável pela autonomia do conhecimento, gerado a partir da cultura coletiva e se desdobrando para o individual, na qual o processo de aprendizado e de fundamentação do empoderamento dos sujeitos nasce da construção coletiva com a participação e envolvimento de um todo. É nesse sentido que a Educação Ambiental-EA deve ser fundamentada, em uma lógica de apropriação das discussões, mais, sobretudo de apropriação da mudança de mentalidade e de comportamento frente a um novo modelo de sociedade em que possamos estabelecer relações iguais a partir da sustentabilidade e preservação da natureza que muito tem a nos ensinar e a contribuir nos aspectos ecológico, saúde, educação, relação do meio com a sociedade etc. No processo de ensino aprendizagem, somos todos motivados e responsáveis pelo o desenvolvimento do Meio Ambiente, o espaço escolar é fundamental para a sensibilização e conscientização, pois é nesse espaço que são construídas as fundamentações teóricos onde educadores e educandos discutem e encontram possíveis saídas para as diversas realidades dentro de uma mesma sociedade, levando em conta o antagonismo da mesma. É no espaço da escola que percebemos a pluralidade e a possibilidade de transformação da realidade que antes a qualquer mudança de postura há de se ter um mudança de mentalidade, e que o mesmo é fruto de muitas discussões,debates, decisão e interesse político, considerando que existe uma política para a Educação Ambiental- EA.
A EA pode e deve ser trabalhada de várias formas e métodos, uma delas se dá através dos temas transversais e da interdisciplinaridade, onde o tema se relaciona com o cotidiano da escola mais também com a vida dos educandos, acreditamos que para um Meio Ambiente Sustentável precisamos iniciar o debate nas escolas e levarmos para todas as instituições e espaços que ocuparmos para um processo de convencimento da importância da mesma na construção de uma sociedade emancipada sustentavelmente.

Josineide Luz de Freitas
Simone Sousa do Nascimento

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Somos todos...

conferência das cidades

A política pública necessária às cidades tomou foco quando do marco legal disposto no Estatuto das Cidades em 2001, que sugere a Gestão Democrática das Cidades. Até 2003, porém, a ação do poder público se dava de maneira não interdisciplinar, cabendo a cada pasta suas funções isoladas. Quando da criação do Ministério das Cidades, vislumbrou-se a possibilidade de engrenar as ações resolutivas habitacionais, de mobilidade e transporte, saneamento básico ambiental entre outras necessidades das urbes.

Com o objetivo de construir a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano – PNDU, com a participação da sociedade, foi convocada a 1ª Conferência Nacional das Cidades, em 2003, que possibilitou o direcionamento das políticas setoriais desenvolvidas pelo Governo Federal, através do Ministério das Cidades, além de aprovar atribuições, estabelecer a composição e eleger as entidades que fizeram parte da 1ª gestão do Conselho das Cidades em âmbito nacional.

A mobilização dos governos estaduais e municipais e da sociedade civil para a realização da 2ª e da 3ª Conferências Nacionais das Cidades propiciou avanço significativo nos debates, o que permitiu o diálogo com questões transversais como: a participação e o controle social, a questão federativa, financiamento e o desenvolvimento urbano regional, além de iniciar discussão para a elaboração da proposta de construção de uma consistente Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.



Agora, inicia-se o processo de realização da 4ª Conferência Nacional das Cidades com os seguintes lema, tema e eixos temáticos:






Lema: “Cidades para Todos e Todas com Gestão Democrática, Participativa e Controle Social”; e

Tema: “Avanços, Dificuldades e Desafios na Implementação da Política de Desenvolvimento Urbano”.




Eixo 01: Criação e implementação de conselhos das cidades, planos, fundos e seus conselhos gestores em níveis federal, estadual, municipal e no distrito federal.

Eixo 2: Aplicação do estatuto da cidade e dos planos diretores e a efetivação da função social da propriedade do solo urbano.

Eixo 3: A integração da política urbana no território: política fundiária, habitação, saneamento e mobilidade e acessibilidade urbana.

Eixo 4: Relação entre os programas governamentais - como PAC e Minha Casa, Minha Vida - e a Política de Desenvolvimento Urbano.

Eixo 5: Cidade Sustentável.



Conforme convocação da Prefeita, através do Decreto 12.579/2009, Fortaleza realizará a 4a Conferência Municipal da Cidade de Fortaleza ocorrerá nos dias 05 e 06 de dezembro de 2009, na sede do Centro Urbano de Cultura, Ciência, Arte e Esporte – CUCA Che Guevara, na Barra do Ceará, precedida por pré-conferências dos diferentes segmentos sociais.


a pré - conferência do segmento do movimentos sociais e populares será no dia 28 de novembro (amanhã), às 8h, no ginásio Aécio de Borba.

Universo dos racionais sem razão



Fazemos parte do mesmo conjunto
Vivos ou mortos, não sei
Mais mortos que vivos, talvez
Nesse conjunto de subconjuntos
As diferenças não são respeitadas
As igualdades não são afirmadas
As alegrias não são compartilhadas
Odeio esse conjunto de hipocrisias
De falsas rebeldias, de medo
De acusações, de deturpações
Nasci humano, que lástima, faço parte desse conjunto
Tanta evolução pra simplesmente retroceder
Vivendo a morte sem saber
Somos o universo sem o verso, sem sentindo de ser
Esquecemos quem somos porque apenas queremos ter
Fundidos no egocentrismo somos imbecis
Preocupando somente com os meios e não com os fins
Enfim... Um conjunto de racionais sem razão, é assim


Lane Lima

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Desenvolvimento Sustentável: Realidade ou Hipocrisia?

Assim como manejo florestal, desenvolvimento sustentável é mais um daqueles termos mágicos, que têm poder de mover muitas pessoas, de fazer dinheiro e fama, e de ocultar a dura realidade. São, porém, vazios de conteúdo na maior parte das vezes em que são usados. “Desenvolvimento sustentável” é oco sempre que aplicado do ponto de vista de negócios, pois o capitalismo, o modelo econômico vigente na maior parte do planeta, não é sustentável por definição, uma vez que exige expansão exponencial contínua, e não há mágica que faça esse sistema vir um dia a sê-lo.

O termo foi consagrado em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão Brundtland. Foi definido e é aceito hoje como “aquele [modo de desenvolvimento] que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.

Muito bem, releia com atenção a definição acima. Agora, a pergunta que coloco é a seguinte: é possível aplicar esse belo ideal na vida real e na maior parte dos elementos do cotidiano, sem hipocrisia e de forma integral e ainda assim evitar um colossal impacto no sistema capitalista?

Vejamos. Primeiro, quando falamos em “gerações futuras”, estamos nos referindo a todas elas, aos tataranetos dos tataranetos dos nossos tataranetos, certo? Estudos mostram, porém, que o homem já utiliza os recursos naturais oferecidos pela Mãe Terra num ritmo muito superior à capacidade do planeta de repô-los.

O manejo florestal, já muito debatido neste espaço, é uma das áreas onde o termo “sustentável” mais aparece. Nada mais é que uma forma de continuar destruindo a floresta de maneira mais “aceitável”. A proposta é mais ou menos a seguinte: vamos continuar arrancando essas árvores tão lucrativas, mas, como agora esse papo de ecologia vive atrapalhando nossos negócios, para não ter que parar de lucrar, contratamos meia dúzia de biólogos e engenheiros florestais que vão definir parâmetros – nunca devidamente comprovados – que demonstrem o quanto dá para matar da floresta de forma que ela não sinta tão duramente o impacto.

Estes profissionais gabaritados estarão em nossa folha de pagamentos e, mesmo que os parâmetros não sejam seguros – e quem afirme que eles são 100% confiáveis estará faltando com a verdade –, faremos um marketing danado em torno disso e assim as pessoas podem dormir tranqüilas, com a certeza de estarem adquirindo um produto “verde”.

Concorre para o sucesso da estratégia a menção de prazos longos tendo em conta as nossas vidas, como ciclos de corte de 25, 30 ou 40 anos, os quais, no entanto, são ínfimos do ponto de vista das espécies florestais e da maturação dos ecossistemas.

A seguir, transcrevo um parágrafo de um recente “Relatório de Sustentabilidade” de uma grande empresa do agronegócio, que ilustra bem a idéia central deste artigo:

“A sustentabilidade é um fator que facilita o acesso ao capital, permite reduzir custos e maximizar retornos de longo prazo do investimento, previne e reduz riscos, além de estimular a atração e a permanência de uma força de trabalho motivada, entre outros aspectos. Esses mesmos elementos contribuem para fortalecer nossa reputação, credibilidade e imagem, concorrendo assim para manter e aumentar o valor da Empresa para os acionistas e a sociedade em geral”.

Como é possível claramente constatar, não há nada escondido, está tudo às claras: a preocupação com o meio ambiente é simplesmente retórica, uma vez que o capitalismo percebeu que a questão ambiental poderia atrapalhar os negócios. Não existe a verdadeira compreensão da questão, ou, se existe, as razões para preservar estão perdendo para as razões para lucrar.

Compreender os porquês da preservação significaria aceitar que não há possibilidade de compatibilidade entre o nível atual de consumo e a dita sustentabilidade. Se todos na Terra tivessem um padrão de consumo semelhante ao dos países desenvolvidos, o caos chegaria bem mais rápido ou, possivelmente, já estaria instalado.

Ainda que as desigualdades mundiais continuem tal como estão (o que parece mais provável), excetuando-se a ascensão da China, não há recursos suficientes para alimentar o sistema por muito tempo. Mesmo que todas as empresas adotassem os mais rigorosos controles das “ISOs 14000 da vida” sobre os danos que causam ao meio ambiente. Tal como a floresta, que viveria alguns anos a mais com o manejo florestal, mas terá morte tão certa quanto teria sem o manejo, o meio ambiente não pode suportar eternamente um sistema que tem por prerrogativa consumi-lo até que não reste nada que não possa ser convertido diretamente em dinheiro – seja madeira, metais, água - ou que não seja veículo para se fazer dinheiro.

O irônico de tudo isso é perceber que o capitalismo é um sistema auto-destruidor (e estamos falando aqui apenas das questões ambientais), que ignora este fato dado o seu caráter imediatista. Mas não se pode perder tempo com questões menores... O que conta aqui é a multiplicação do o vil metal.

Por: Danilo di Giorgi

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Desejo

(Victor Hugo)



Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você sesentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
Eque pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono dequem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar esofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
Eque se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Eu sei, mas não devia



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti, 1972
Colasanti publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis.

Espero que não nos acostumemos com esse mundo desigual.

Abraços camaradas!

10 anos da Editora Expressão Popular

Lutadores e lutadoras

A Editora Expressão Popular comemora seu aniversário de 10 anos de existência e luta com um seminário que será realizado nos dias 23 e 24 de novembro no auditório da Reitoria da UECE (campus do Itaperi). Abaixo segue a programação.


Contamos com a presença de todos(as).


Pedimos aos participantes a contribuição de 1kg de alimento.

Programação


Seminário: Expressão Popular 10 anos na batalha de idéias

23.11 (Segunda-feira)

8h - Fala de abertura do seminário:
O vocabulário da luta social e as editoras populares - Professora Adelaide Gonçalves (História/UFC)

8:20 / Mesa - A crise e a questão Brasil: licões de Caio Prado Júnior

Debatedor: Francisco José Teixeira / professor da UECE e UNIFOR

19h / Jornada em defesa da democracia e do MST

Participação de João Pedro Stedile e Paulo Arantes

24.11 (Terça-feira)

8h / Mesa - O marxismo na batalha de idéias

Debatedores: João Pedro Stédile (Via Campesina) e José Meneleu Neto (professor da UECE)


19h / Conferência de encerramento - O marxismo frente ao irracionalismo do mundo contemporâneo

Conferencista: Professor Paulo Arantes (USP)


Realização: Editora Expressão Popular

Apoio: Consulta Popular, Jornal Brasil de Fato, CETROS, MCP, Via Campesina, Sindicato dos Comerciários e SECULT.

Pedimos aos participantes a contribuição de 1kg de alimento.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Para refletir...



"A mediação interessada, tantas vezes interesseira, da mídia, conduz, não raro, à doutorização da linguagem, necessária para ampliar o seu crédito, e à falsidade do discurso, destinado a ensombrear o entendimento. O discurso do meio ambiente é carregado dessas tintas, exagerando certos aspectos em detrimento de outros, mas, sobretudo, mutilando o conjunto."

(...)

"Se antes a natureza podia criar o medo, hoje é o medo que cria uma natureza mediática e falsa, uma parte da natureza sendo apresentada como se fosse o todo."

(...)

"O que, em nosso tempo, seja talvez o traço mais dramático, o papel que passaram a obter, na vida quotidiana, o medo e a fantasia.Sempre houve épocas de medo. Mas esta é uma época de medo permanente e generalizado. A fantasia sempre povoou o espírito dos homens.
Mas agora, industrializada, ela invade todos os momentos e todos os recantos da existência a serviço do mercado e do poder e constitui, juntamente com o medo, um dado essencial de nosso modelo de vida."

Milton Santos, 1992

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Greve

Quero uma greve onde vamos todos
Uma greve de braços, pernas, de cabelos
Uma greve nascendo em cada corpo.
Quero uma greve de operários, de pombas
De choferes, de flores,
De técnicos, de crianças
De médicos, de mulheres.
Quero uma greve grande
Que até o amor alcance
Uma greve onde tudo se detenha,
O relógio das fábricas,
O seminário, os colégios,
O ônibus, os hospitais,
A estrada, os portos.
Uma greve de olhos, de mãos e de beijo.
Uma greve que respirar não seja permitido,
Uma greve onde nasça o silêncio,
Para ouvir os passos do tirano que se marcha.

( Gioconda Belli)

Relato de indignação

Mais uma vez os jornais publicam o assassinato de jovens na RMF. Desta vez foram dois jovens, entre 18 e 22 anos, no município do Eusébio. A suspeita é de que os assassinatos foram decorrentes "de acerto de contas por causa do tráfico de drogas". O jornal Diário do Nordeste estampa os dois corpos caídos num terreno baldio e várias pessoas ao redor, "velando os corpos fuzilados", até com certa euforia (não me pergunte o porquê). Ninguém conhecia os jovens naquela região.

É triste saber que as pessoas tornaram essas cenas normais. Não se comovem, muito menos se indignam. Nem os animais que chamamos de "irracionais" são capazes de se portarem dessa forma.

Me pus a pensar sobre quem seriam os dois. Quais as suas histórias de vidas e perspectivas. Então lembrei daquela frase dos Racionais que diz:"não quero ter que achar normal ver um mano meu coberto com jornal". E realmente não quero. Não posso.


Lane Lima

domingo, 15 de novembro de 2009

A sala de aula para além dos muros da escola

A escola pública dos últimos tempos é tema de discussões acerca de sua metodologia constatada como depositária de conteúdos e não considera o individuo como pessoa que tem histórias de vida. Sabemos que a raiz dos fatos muito tem haver com nosso processo histórico de educação desde a vinda dos jesuítas com aculturamento dos índios na qual por muito tempo prevaleceu o ensino voltada para religião e que definia como verdades absoluta o ideal de formação cristã na convivência cidadã das pessoas. Com o advento das industrias surgem também às escolas de massas no sentido também de enquadrar os indivíduos em modelos denominados como fordismo e taylorismo, mais preocupado com o crescimento capital do que com a questão da formação humana. Entre essas citações há outros paradigmas que influenciaram nosso modelo de educação atual diagnosticada como fracassada, com grande índices de analfabetos funcionais e sobre tudo ausência da visão questionadora do mundo. Diante de tais fatos podemos refletir sobre que tipo de educação queremos? O que devemos considerar nesse processo? Que metodologia devemos usar? Hoje há discussões acerca do desafio da pedagogia norteada nos princípios da diversidade, inclusão, participação democrática e etc, que ao meu ver aproxima mais o ideal de escola que humaniza que direcione as crianças, adolescentes e jovens para serem construtores ativos da sociedade e exercendo a cidadania de forma plena. É necessário ainda um novo jeito de ensinar o professor tem que sair dessa postura linear e colocar-se na posição de facilitador na hora do aprender, Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia nos diz que ensinar não é transferir conhecimento, é criar possibilidade para sua própria produção. Concordando com idéia do autor ao retratar que o conhecimento só é conhecimento se tiver ligação com a vida e ainda experimentado sendo assim o educad@r é responsável pela criação de situações que faz com que o educand@ crie suas deduções e construa suas próprias respostas é necessário ainda a constante conexão entre prática e teoria no exercício da nossa profissão de educad@r, embora sabemos que somos frequentemente engolidos pelo viés capitalista que mantém as desigualdades na sociedade e as diferenças culturais. A escola deveria ser ao meu olhar um organismo que tem vida, evolui, interagem com outros organismo, encara desafios e possibilidades e reflete sua função no seu contexto. ( Simone Sousa)
Veja mais nesse link. Obrigada

sábado, 14 de novembro de 2009

CINECLUBE FILOSOFIA

Mostra Cinema Brasileiro, ás 16hs
Auditório do Centro de Humanidades da UECE
Avenida Luciano Carneiro, 345
Informações:
8819-0362

Datas e Obras:

06/11 Limite, de Mário Peixoto, 1931

13/11 Terra em Transe, de Glauber Rocha, 1937

20/11 O Bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, 1968

27/11 Matou a família e foi ao cinema, de Júlio Bressane, 1969

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Grande marcha em defesa do Lagamar

No dia 17 de novembro (terça feira), às 8 horas da manhã, com concentração na pracinha em frente à escola Yolanda Queiroz, na Avenida Capitão Aragão, acontecerá uma Grande Marcha que sairá do Lagamar em direção à Câmara de Vereadores. O objetivo da manifestação é entregar uma lei complementar que tornará o Grande Lagamar Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

O Lagamar é considerado uma das áreas de maior vulnerabilidade de Fortaleza, sua população é de aproximadamente 12 mil habitantes. Estes lutam há mais de quarenta anos pela regularização da terra que até hoje foi negada. Portanto, sem a Regularização Fundiária os moradores não têm acesso a uma reurbanização e projetos de habitação popular, privando-os do direito a moradia digna. A forma de corrigir esta injustiça é permitir o direito da comunidade entrar na lei do Plano Diretor como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), porque assim será garantido o reconhecimento de ser uma área que tem prioridade no planejamento da cidade. Nesse sentido, a população recorre a esse benefício para melhorar sua qualidade de vida com: reurbanização, infraestrutura, direito ao lazer, casa com condições de morar bem.

A campanha foi iniciada a partir das preocupações da Fundação Marcos de Bruin, entidades e lideranças locais da não inclusão do Lagamar como ZEIS. As mobilizações tiveram início no começo de setembro com rodas de conversas nas ruas da comunidade, com apresentações culturais e exibição do vídeo da história de resistência do povo na década de 80. O trabalho tem como um dos objetivos conquistar às pessoas para a Grande Marcha no dia 17 de novembro. Estudantes e professores Universitários, artistas da comunidade conhecidos em Fortaleza como o escritor PP Joel e os Humoristas “Tampinha” e “Fumacinha” também contribuem para a mobilização da população. Todos juntos em defesa da permanência do Povo do lagamar no lugar onde nasceram, se criaram e fizeram sua história.

O diferencial dessa mobilização é a participação da juventude através da cultura e da arte para estimular à comunidade que estão descrentes com as promessas dos Governos. Portanto, o engajamento da cultura na luta popular se faz necessário para a conquista de uma vida melhor.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Entenda a COP 15


A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro deste ano, em Copenhague (Dinamarca), vem sendo esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana.

Não é exagero. De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle.

Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre. O ideal é que a quantidade de carbono não ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm e esse número cresce 2ppm por ano.

Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país, com a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam.

No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver:
- a floresta amazônica transformada em savana;
- rios com menor vazão e sem peixes;
- uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo;
- o derretimento irreversível de geleiras;
- o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras;
- a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos e
- o aumento de doenças tropicais como dengue e malária.

COP-15: É AGORA OU NUNCA!

Apesar de a UNFCCC se reunir anualmente há uma década e meia, com o propósito de encontrar soluções para as mudanças climáticas, este ano, a Conferência das Partes tem importância especial. Há dois anos, desde a COP-13 em Bali (Indonésia), espera-se que, finalmente, desta vez, tenhamos um acordo climático global com metas quantitativas para os países ricos e compromissos de redução de emissões que possam ser mensurados, reportados e verificados para os países em desenvolvimento.

A Convenção vai trabalhar com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Isso significa que os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançam uma quantidade maior de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera em função de seu modelo de crescimento econômico, devem arcar com uma parcela maior na conta do corte de carbono. Por isso, a expectativa é de que os países ricos assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão em relação ao ano de 1990, até 2020.

Os países em desenvolvimento, por sua vez, se comprometem a reduzir o aumento de suas emissões, fazendo um desvio na curva de crescimento do “business as usual” e optando por um modelo econômico mais verde. É isso o que fará com que Brasil, Índia e China, por exemplo, possam se desenvolver sem impactar o clima, diferentemente do que fizeram os países ricos.

Para mantermos o mínimo controle sobre as consequências do aquecimento global, a concentração global de carbono precisa ser estabilizada até 2017, quando deve começar a cair, chegando a ser 80% menor do que em 1990.

Fonte: Thays Prado - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 18/09/2009


Obs.: Isso se o capital não falar mais alto. O que certamente ocorrerá. :(