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quarta-feira, 31 de março de 2010

I Festival das Juventudes em Fortaleza

As juventudes da América Latina irão se encontrar em Fortaleza, no Ceará, para conhecer, integrar e debater as diversas realidades vivenciadas pelos jovens. De 3 a 6 junho de 2010, os participantes irão discutir temas como políticas públicas de juventude, direitos e lutas juvenis, conjuntura política e participação social. Durante o evento, serão realizados encontros de organizações e movimentos de juventude, oficinas, apresentações culturais, shows de Zeca Balero e dos grupos Teatro Mágico e Tribus de Jah e muito mais. 

Fonte: Coordenadoria de Juventude PMF

quinta-feira, 25 de março de 2010

DESIGUALDADE

Fortaleza é uma das cidades mais desiguais do mundo, diz estudo da ONU

Goiânia (10ª), Belo Horizonte (13ª), Fortaleza (13ª), Brasília (16ª) e Curitiba (17ª) são as que apresentam as maiores diferenças de renda entre ricos e pobres no País

Cinco cidades brasileiras estão entre as 20 mais desiguais do mundo. Relatório apresentado nesta sexta-feira, na abertura do 5º Forum Urbano Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio, revela que Goiânia (10ª), Belo Horizonte (13ª), Fortaleza (13ª), Brasília (16ª) e Curitiba (17ª) são as que apresentam as maiores diferenças de renda entre ricos e pobres no País. O documento O Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido também informa que o Brasil é o país com a maior distância social na América Latina.


O Rio de Janeiro, na 28ª posição, e São Paulo, na 39ª, também são cidades consideradas com alto índice de desigualdade, de acordo com o relatório da ONU. Nove municípios na África do Sul lideram o ranking. As capitais da Nigéria, Etiópia, Colômbia, Quênia e Lesoto também estão entre as mais desiguais. No total, 138 cidades de 63 países em desenvolvimento foram analisadas. O relatório baseia suas conclusões no coeficiente Gini - cujos indicadores medem a concentração de renda de um país.


Na avaliação do coordenador do relatório e diretor do Centro de Estudos e Monitoramentos das Cidades do Programa da ONU para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o mexicano Eduardo Lopez Moreno, existe vínculo direto entre desigualdade e criminalidade. Mais do que custos sociais, o abismo entre ricos e pobres também provoca prejuízos econômicos.

"Estatisticamente falando, existe sim um vínculo. É muito possível que a cidade mais desigual vai gerar muito mais fácil distúrbios e problemas sociais. As autoridades desses países vão deslocar recursos que deveriam ir para investimentos para conter esses movimentos sociais. O custo social acaba se traduzindo em custo econômico", afirmou Moreno.


Favelas


Em termos de favelização, o estudo da ONU apresenta resultados paradoxais para o Brasil. Apesar de ter sido o país que apresentou o maior número absoluto de pessoas que deixaram de viver em condições de favelização na América Latina - 10,4 milhões -, a pesquisa mostrou que o desempenho relativo ficou abaixo dos vizinhos. Enquanto as condições de moradia melhoraram para 16% da população brasileira, este índice ficou em 40,7% na Argentina, 39,7% na Colômbia, 27,6% no México e 21,9% no Peru.


As estimativas apresentadas na pesquisa são de que mais de 227 milhões de pessoas no mundo todo deixaram de viver em regiões faveladas desde o ano 2000. Isso representa uma evolução 2,2 vezes maior do que o estimado nas Metas de Desenvolvimento do Milênio, que haviam estabelecido objetivo de melhorar as condições de habitação de 100 milhões de pessoas até 2020.

"A situação melhorou em dez anos, mas infelizmente no mesmo período o aumento líquido dos pobres urbanos é de 55 milhões", disse Anna Tibaijuka, diretora-executiva do ONU-Habitat.


De acordo com a metodologia da pesquisa, deixar de viver em condição de favelização não significa necessariamente mudança de residência ou remoção de comunidade. Acesso a saneamento básico e água potável, o material utilizado nas moradias e a densidade das residências são os fatores para avaliar se uma região é ou não favelada.

Jornal O Povo

quinta-feira, 18 de março de 2010

O QUE ME CONTARAM SOBRE O TITANZINHO

Contaram-me que os moradores do Titanzinho darão graças a Deus quando o estaleiro der um fim à sua praia porque, sendo pobres e analfabetos, pouco estão ligando para a paisagem, embora ali o mar tenha peixes fartos e as melhores ondas para surfar de todo o Brasil. Pouco se importam também, disseram-me, que um paredão se instale entre eles e a praia, porque se pode passar muito bem sem jogar bola ou mesmo sem correr pela areia, tomar uma cerveja, olhar a lua, o pôr do sol, fazer qualquer coisa, desde que se tenha grana no bolso, emprego seguro, como promete um bom estaleiro. Contaram-me, inclusive, que eles concordam, até mesmo, em dissolver a comunidade se for necessário, empestada de funkeiros, ladrões e traficantes. Um estaleiro os livraria dos bandidos e vagabundos.

Em outra ocasião, deram-me o exemplo de um estaleiro que, chegando numa praia parecida com aquela, gerou emprego e renda, transformando de tal modo a vida do povo que muitos de seus habitantes, em pouco tempo, já possuíam carro e casa própria. Pareciam arautos de Deus, reunidos em uma assembléia do Olimpo, esses que falavam envergando paletós. Munidos de números e palavras técnicas, despejavam argumentos, demonstravam absoluta convicção no que diziam, embora alguns deles fossem ainda muito jovens. Como se tratava de grave questão e houvesse resistência, pois afinal não se condena todo dia uma praia com sua cultura ao desaparecimento, a maioria lavou as mãos e passou a responsabilidade aos técnicos. Caberia à ciência, essa nova religião, a palavra final. Os órgãos responsáveis pelo meio-ambiente dariam a palavra final. Assim estaria garantida a assepsia e a neutralidade da decisão, embora não estivessem esquecidas de todo as manchetes nos jornais dando conta de casos graves de corrupção comprometendo decisões e laudos técnicos dos citados órgãos.

No sábado fui visitar o Titanzinho. Ver para crer, ouvir com meus próprios ouvidos. Levei uma caderneta e uma máquina fotográfica. Voltei a ser repórter. Fui direto ao assunto. Anotei primeiro o que estava escrito em um muro de frente à praia. Tinha tudo a ver: “Contaram-me que os peixes não se importam de serem pescados, pois tem o sangue frio e não sentem dor. Mas não foi um peixe que me contou isso.” Havia um recital de poesia promovido pelo Grupo Chocalho com a participação de rappers locais. Alguns contaram em versos a história das lutas dos moradores para não serem despejados do Bairro Serviluz. Outro falou a propósito da ameaça da instalação do estaleiro na praia do Titanzinho: “Querem arrancar um pedaço do meu coração!”

As pessoas comentavam desconfiadas as promessas de emprego e renda advindas do estaleiro. Anotei uma fala: “- Quando construíram este porto aqui, com todas essas empresas, também prometeram emprego para o povo do bairro.” A propósito, o estaleiro citado acima, gerador de tantas maravilhas, fica em Pernambuco, em zona rural bem distante do Recife, local apropriado, portanto, longe dos centros urbanos, lugar bem diferente de um “santuário” da cultura praieira, como o Titanzinho.

Isso mesmo, o povo do Serviluz não abre mão de sua praia, foi o que lá me disseram. E eu digo: o Titanzinho é um patrimônio natural e cultural da cidade. É chão sagrado, é mar sagrado, onda de Tita Tavares e de outros Titãs. É patrimônio de Fortaleza. Nós não abrimos mão dele, nem por trinta bilhões, quanto mais por trinta tostões. Que as máquinas do dinheiro vão ranger noutro lugar.


Oswald Barroso

terça-feira, 16 de março de 2010

Um pouco de Política

No atual governo 20 milhões de pessoas saíram da miséria e 30 milhões ascenderam para a classe média. Em 2006, o Brasil produzia 900 mil barris de petróleo, em 2008 essa produção passou para 2 milhões. Estes são alguns elementos que o governo, que se diz progressista, vai usar para eleger sua candidata Dilma Russef.
Se olharmos para os presidenciáveis, chegar-se-á a conclusão que a única saída é a revolução, mas sem processo revolucionário não há comunismo, nem socialismo muito menos anarquismo.
Alguém tem dúvida? Então, vejamos, Dilma, Serra e Ciro estão do mesmo lado, ou seja, defendem os interesses do capital e portanto, estão longe de um programa que valorize a vida, o meio ambiente e a justiça social. Quanto a Marina Silva, fica fácil perceber que ela é o plano B dos patrões caso alguma coisa fuja do controle.
O Plínio e o Zé Maria seriam uma alternativa, caso o P-sol tivesse inserção nos movimentos sociais ou discurso do PSTU não fosse tão intelectualizado.
Sem falar nas divergências que existem entre os socialistas e que podem ser visualizadas com as palavras de Engels após o episódio da Comuna de Paris.

"Os anarquistas colocam o problema ao inverso. Dizem que a revolução proletária deve começar pela eliminação da organização política do Estado. Mas, após a vitória do proletariado, é justamente o Estado que representa a única organização que a classe operária triunfante encontra disponível para seu uso. Com certeza, esse Estado requer importantes modificações antes de poder assumir suas novas funções. Mas destruí-lo completamente num tal momento equivaleria a destruir o único aparelho com a ajuda do qual o proletariado triunfante pode assumir o poder que ele acaba de conquistar, reprimir seus inimigos, os capitalistas, e realizar a revolução econômica da sociedade sem a qual toda a sua vitória terminaria inexoravelmente num fracasso e no extermínio em massa dos operários, como foi o caso após a Comuna de Paris."

No mais, não sou vidente, poeta, talvez. No entanto, esse caos do cenário político-social brasileiro que se completa com grande parte da população só se interessando pela copa do mundo (e não é a de 2010 não, é a de 2014) agiganta e fortalece o "mundo capitalizado".


Razek, Ternura Sempre.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Audiência Pública discutirá o trânsito em Fortaleza e a situação dos candidatos aprovados no concurso da AMC

Andar pela cidade significa deparar-se, a cada passo, com o caos instaurado. Sobra engarrafamento, falta segurança, transportes dignos, organização. Não obstante as problemáticas percebidas por todos, a Autarquia Municipal de Trânsito, Cidadania e de Serviços Públicos (AMC) dispõe de apenas 270 agentes de trânsito para organizar o sistema de transportes da cidade. O número é bastante inferior ao que foi exigido pela categoria e assegurado em seu Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCSS), que indicou a contratação de 600 profissionais.

Apesar da defasagem, o último concurso realizado para preenchimento de vagas na AMC anunciou a contratação de 50 agentes de trânsito. Contudo, 222 pessoas estão finalizando o Curso de Formação que os capacita para o trabalho. Diante da situação, a categoria está em luta para exigir a contratação de todos os capacitados e garantir a eficiência dos trabalhos da AMC.

A situação dos profissionais que estão participando do Curso de Formação será o tema central da Audiência Pública que ocorrerá na próxima segunda-feira, 15, às 14h30, no auditório da Câmara Municipal de Fortaleza. A audiência, solicitada pelo vereador João Alfredo (PSOL) a partir da demanda suscitada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (), debaterá ainda os problemas do trânsito na cidade. Para participar da discussão, foram convidados o Secretário da MC, Fernando Faria Bezerra; a Procuradora Geral de Justiça, Socorro França, o Procurador Geral do Município, Martônio Mont’Alverne, e a presidente do Sindfort, Nascélia Silva.

A audiência marca mais um momento da luta em defesa da categoria. Logo no início deste ano, o sindicato e os servidores da AMC retomaram a luta pela implantação da Gratificação de Aumento de Produtividade (GAP), pela redução da jornada de trabalho extenuante, contra o autoritarismo dos atuais dirigentes e pela melhoria das condições de trabalho.

Serviço:

Audiência Pública discutirá situação dos candidatos aprovados

no concurso da AMC e o trânsito em Fortaleza

Data: 15/03 (segunda-feira)

Horário: 14h30



Mais informações:

Gabinete Mandato Ecos da Cidade – 3444.8361

Helena Martins – 8793.4091

Emanuel Furtado – 9964.6614



www.joaoalfredovereador.com.br

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vamo ficar de olho!

Volta o debate da idade penal

Foto da matéria

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Fernando Hugo diz que o Estatuto protege o jovem infrator e esquece de proteger a sociedade
JOSÉ LEOMAR
11/3/2010
A participação de menores em crimes incentiva a discussão sobre alterações no Estatuto da Criança
O caso da empresária Marcela Nóbrega Montenegro, baleada na noite da última segunda-feira em Fortaleza, quando tentou fugir de uma tentativa de assalto, repercutiu ontem na Assembleia Legislativa. Vários deputados lamentaram o fato e defenderam mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de exigirem medidas urgentes para diminuir a violência no Estado.

O envolvimento de uma criança de 11 anos no caso da empresária foi o detalhe que mais gerou discussão. O deputado Fernando Hugo (PSDB) defendeu alterações no ECA que, segundo ele, hoje, protege excessivamente o jovem e esquece de proteger a sociedade.

O tucano pondera que basta pedir os arquivos da Polícia para ver a quantidade de jovens que estão barbaramente matando e morrendo. "Não pode mais a sociedade estar convivendo de forma hipócrita, dando proteção legal ao jovem que mata, vai preso, o juiz pune com dois anos de cadeia, depois ele sai e vai cometer mais e mais atos".

O deputado Cirilo Pimenta (PSDB) também concorda que há um exagero de proteção por parte do ECA, que faz na verdade, que a criança e o jovem se torne uma vítima, posto que hoje matam e amanhã são mortos.

Para o parlamentar, o maior motivador dessa violência entre os jovens é sem dúvida as drogas e é esse fator que a seu ver, deve ser banido. "Todo dia morre dois, três jovens assassinados por causa da droga. Ou se faz uma lei que seja de fato exercida, ou vamos ver os casos se repetindo", ponderou.

O líder dos tucanos na Casa, deputado João Jaime (PSDB) lembrou de uma proposição do senador Tasso Jereissati (PSDB), que sugere a diminuição da idade penal para 16 anos, apenas em casos especiais, como no caso de morte.

Mas para o deputado Vasques Landim (PR), a problemática deve ser percebida a partir da ótica de que os jovens estão em terras arrasadas por falta de políticas públicas. O deputado Heitor Férrer (PDT) analisa que esse caso só comprova que a sociedade está precisando mais da presença do Estado no sentido de que ele possa dar a segurança que é prometida.

Segundo Férrer, o garoto de 11 anos que participou da ação, que acabou matando Marcela Nóbrega, foi motivado a fazer isso em troca de um tênis de marca. "Esse status quo criado com a violência é porque de repente se estabelece que a gangue virou um bom negócio".

O líder do Governo, deputado Nelson Martins (PT), também lastimou o ocorrido. Ele pontua que o Governo está investindo em Segurança Pública e nas políticas voltadas para área social, porém enfatiza que essas são ações para médio e longo prazo, reconhecendo que é preciso ações emergenciais.

As Chamas de Almas Mortas

(Para Galdino Jesus dos Santos)

In Memorian


As chamas de almas mortas
Se movem. Mais um índio cai inerte
Envolto pelas flamas ignotas
De um desdenhar que perverte.

Almas que se ocultam entre chamas
Para destilar ódio, amargura, desdém
E, surdas, em suas tramas,
Não escutam um ser considerado ninguém.

Em meio àquelas labaredas, terminal
De sonhos, esperanças, calor...
De madrugada seca e infernal
Tudo vira tocha em macabro ardor.

(Vislumbramos a solidão do deserto
Que há em todos nós, que navegamos
Em mar vermelho e incerto
De tubarões gélidos que encontramos.)

Era um Pataxó que quisera ser
Mendigo de suas próprias heranças
Destronado que fora dos sonhos de ter
Suas matas, habitadas de lembranças.

Recebeu sua parte comendo o pão
Buscado sob mesas fartas,
O seu pedaço de chão:
Em chamas, à semelhança de suas matas.

Só pra não esquecer!

O índio Galdino era conselheiro em sua aldeia. Ele havia ido a Brasília no dia 17 de abril, como membro integrante da delegação com oito lideranças de seu povo (índios pataxó Hã-Hã-Hãe, do sul da Bahia).

Estava agendado que, a partir do dia 22 de abril, ele, acompanhado pela Assessoria Jurídica do Secretariado Nacional do Cimi, iria participar de reuniões com procuradores da República, parlamentares e membros do alto escalão do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Tal agenda foi abreviada com a sua morte e o retorno do seu corpo para sua aldeia, localizada entre os municípios de Camacã, Itaju do Colônia e Pau Brasil, no sul da Bahia.

Galdino, foi morto, covardemente, por cinco jovens de classe média alta, de Brasília, os quais definiram o ato crimonoso como uma "mera brincadeira". Ele dormia em um ponto de ônibus quando, às cinco da manha, do dia 20 de abril de 1997, esses mostros jogaram álcoool no corpo do índio, ateara atearam fogo e fugiram.

Foram identificados e presos, mas como era de se esperar (infelizmente), o jogo de influências e de poder político das classes sociais envolvidas foi capaz de assegurar benefícios aos assassinos do índio Galdino, sob a aprovação da Justiça, para a indignação do sociedade brasileira e, em especial, dos pataxós e todos os outros povos indígenas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Destino do lixo eletrônico causa preocupação


O aumento no consumo e a rápida modernização dos equipamentos fazem com que o descarte de produtos seja problema

Computadores, impressoras, scanners, aparelhos celulares e câmeras digitais, são equipamentos eletrônicos que rapidamente vão para o lixo. O descarte se deve principalmente por causa da rápida modernização dos equipamentos. Um aparelho celular adquirido hoje, em seis meses, pode estar ultrapassado. Sem falar com as enormes facilidades de compra que o mercado proporciona. Nesse contexto, o principal problema discutido atualmente é o destino dado a esses objetos, pois trata-se de utilitários compostos de material tóxico que, se descartados de qualquer forma, podem causar danos irreparáveis a saúde do planeta.

Esse é o desafio enfrentado por Clemente Marques, dono de uma loja de manutenção de aparelhos eletroeletrônicos, na Serrinha. Desde 2002, ele vem acumulando equipamentos que os clientes não querem mais. Alguns não foram buscar, outros não têm conserto, mas, nos últimos dois anos, ele conta que a maioria acaba desistindo do conserto e preferindo comprar um novo. Já são mais de dois mil aparelhos acumulados. A quantidade é tão grande que a antiga garagem virou um depósito.

Ele diz que não há como competir com a tecnologia. "Ficou um processo tão rápido que até as impressoras multifuncionais, que ainda estão sendo vendidas no mercado, não querem mais consertar. Essa sucata demorou oito anos para se formar, mas a tendência é a quantidade aumente muito mais, pois hoje tudo pode ser reciclado", destacou Marques.

O comerciante admite que não sabe o que fazer com o lixo. Não joga fora pois sabe os danos que pode causar ao meio ambiente, mas, ao mesmo tempo, fica sem opção, uma vez que a Prefeitura não faz a coleta deste tipo de produto.

Coleta

O presidente da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), Roberto Rodrigues, declara que o órgão não faz recolhimento desse lixo e que os resíduos são de responsabilidade de quem produz.

Rodrigues informa que, durante esse ano, a Emlurb vai fazer um levantamento sobre todo o lixo que se produz em Fortaleza, especificando, inclusive, o lixo eletrônico. A partir daí, será montado um projeto, em parceria com outras entidades, para definir como recolher e onde colocar os resíduos.

O titular da Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano, Deodato Ramalho, disse que a entidade já começou a se articular sobre o assunto. "Se alguém nos procurar com esse tipo de material, nós vamos dar uma solução", assegurou.

SAÚDE AMEAÇADA
Substâncias oferecem risco

O consultor em cultura digital e lixo eletrônico, Philipe Ribeiro, esclarece que os eletrodomésticos e eletroeletrônicos que costumamos ter em casa possuem alguns componentes que contêm metais pesados como chumbo, zinco e mercúrio. Nesse grupo destacam-se pilhas, baterias, televisores e peças de computadores em geral.

Se descartados nas margens de recursos hídricos que abastecem uma cidade, certamente a população sofrerá com os danos causados pela contaminação da água. Philipe alerta que os metais podem causar problemas de saúde que vão desde anemia à doenças pulmonares.

Alguns supermercados e lojas do ramo de celulares recolhem pilhas e baterias. Já computadores e demais eletrônicos em desuso, são recebidos por algumas instituições que trabalham com metarreciclagem - a reciclagem de computadores com o objetivo de ser apropriado por comunidades e movimentos sociais - e arte a partir de e-lixo - o lixo eletrônico.

Em Fortaleza, as pilhas e baterias descartadas pelos usuários podem ser recolhidas na maioria das lojas das operadoras de telefonia móvel. Já o lixo proveniente de produtos de informática e eletrônicos em geral, podem ser entregues na sede da Casa de Cultura Livre, localizada na Rua Alerta, 74, Benfica.

Reciclagem

Um possível fim a esses resíduos eletrônicos pode ser a reciclagem. Os que são provenientes de computadores podem voltar a funcionar usando um sistema operacional compatível com a máquina. Aqueles que não são, viram desde brincos, pulseiras e colares, até utensílios como porta-retratos e porta-lápis. "O objetivo é dar um uso, seja reciclando a máquina e fazendo com que ela volte a funcionar, ou usando o rejeito como matéria-prima do artesanato eletrônico", disse Philipe Ribeiro.

LUANA LIMA
ESPECIAL PARA CIDADE

Fonte: diário do nordeste

Obs.: Lembrando que a discussão sobre o lixo deve ser focada nos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). E nessa ordem. Em primeiro lugar, nossa luta deve ser focada na REDUÇÃO! Se reciclamos, é porque há execente, senão apenas reutilizaríamos.

Lane Lima

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dunas do Cocó

Editorial - Jornal O Povo

Dunas do Cocó

Enquanto as partes usam dos recursos legais para a defesa de seus interesses, é preciso que a liminar não seja usada para criar uma situação de fato, antes da decisão final


02 Mar 2010 - 01h31min

Em junho do ano passado, Fortaleza vibrou com a decisão tomada por sua Câmara Municipal de aprovar um projeto de grande interesse para a qualidade de vida dos habitantes da cidade: a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Dunas do Cocó. Infelizmente, a alegria durou pouco, pois a decisão foi colocada sub judice, depois que a Justiça concedeu uma liminar suspendendo os efeitos da lei, até o julgamento do mérito da ação de inconstitucionalida de movida por interessados em construção na área.

Embora seja legítimo, numa sociedade democrática, lançar-se mão de instrumentos postos pelo Direito à disposição de quem se considere prejudicado por algum ato proveniente do poder público ou da iniciativa privada, a atenção da opinião pública em relação à decisão final deste caso é justificada, sobretudo, por se tratar de uma das últimas reservas do patrimônio natural da capital.

Segundo o Inventário Ambiental de Fortaleza, 2003, a cobertura vegetal na cidade, em 1968, era de 65,79%, decaindo para apenas 7,06% na atualidade. Não causa surpresa, portanto, a mobilização existente na sociedade civil em favor da manutenção da lei municipal, pois se trata de algo de grande valor social para a comunidade. Sobretudo, se se levar em conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem como referência mínima para a qualidade de vida urbana a estimativa de 12 m² de áreas verdes por habitante. Ora, o número verificado atualmente em Fortaleza (cerca de 4 m²) é um terço apenas do recomendado. O resultado desse desfalque pode ser constatado no aumento da temperatura ambiental, cada vez mais sufocante, além das inundações verificadas em quadras chuvosas, a poluição do ar e tantos outros efeitos colaterais a respeito dos quais os cidadãos têm hoje uma percepção cada vez maior sobre sua origem.

A maior preocupação de todos os que têm zelo pela vida da cidade é a possibilidade de a liminar ser utilizada para a criação de uma situação de fato, com a edificação de empreendimentos na área. Cresce a cobrança para que o Congresso Nacional modifique a legislação que abre brecha para esse tipo de iniciativa. Um mínimo de bom senso indica que uma liminar direcionada para problemas na área da construção civil não deve ser interpretada como uma licença para se edificar, mas, apenas, como suspensão dos efeitos da legislação em vista, no que diz respeito aos aspectos formais, já que, implica logicamente a necessidade de se esperar o trânsito em julgado da ação, em todas as suas instâncias, visto que uma edificação provoca resultados definitivos no ambiente, sendo quase impossível revertê-los, no caso de a ação ser derrotada nos tribunais.

Assim, é de se esperar que a noção mais ampla de justiça seja aplicada nesse caso, criando-se as condições para que o interesse público prevaleça, acima de tudo. Há de se respeitar todas as formas legítimas de defesa dos seus respectivos interesses pelas partes, sem esquecer que existe uma hipoteca social pairando sobre a decisão & para usar a terminologia do papa Paulo VI, quando se refere ao interesse coletivo.
Sem voto

Assine a petição em defesa da Lei Municipal de Fortaleza 9.502/2010 [que criou a Árie de Relevante Interesse Ecológio das Dunas do Cocó]


Acesse o Link: http://www.petition online.com/ arie9502/

terça-feira, 2 de março de 2010

ai...ai...ai...

Ai...Ai...ai...iti

Sentado no meio fio,
Entre a esperança e a coragem.
Não tenho palavras.
Apenas vejo a multidão
Que se acotovela
Por farelos
De um seco pão.
No mundo dos vivos
Aqui estou.
Vendo,
pela janela de um ônibus,
A injustiça que segue ininterrupta.
Enquanto o capitalismo
para alimentar
O bicho que ele próprio criou
Sacrifica seres .
Impondo
Para os que ficam
Um tormento:
Criamos aceleradores de partículas
pra simular a origem do universo,
Também , descobrimos várias tecnologias
que dão conforto e facilitam as vidas
de quem pode por elas pagar,
Gastamos milhões para bombardear
o nosso satélite natural,
a fim de saber se lá existe água,
Mas somos incapazes de evitar
um simples tremor
que dizimou milhares de seres humanos
num dos países mais pobres do globo terrestre.
E agora
Falam Em um novo
campo de concentração.
Enquanto a menininha
Que só queria cantar
No ouvido de Deus
Desaparece.
E esse Deus,
Que não escuta o clamor
Dos inocentes,
Mas atende as orações
Dos pecadores
Só pode ser surdo,
Ou inútil.


(Razek Seravhat)